Kyriaki Costa

"21st century Iconoclasm"


Este projeto é constituído por uma "sequência visual" que envolve seis fotografias de monumentos importantes (ou seja, locais e personalidades) de origem Europeia e não-Europeia, todos colocados em redor da Acrópole Ateniense, um símbolo (por excelência) da Democracia. Inicialmente, o "olhar" do espetador questiona se estas imagens investigam a simbiose ou o caos. Em última instância, a resposta a este dilema aproxima-nos dos conceitos de fluidez e mobilidade. Nesta série de fotografias, permiti-me misturar monumentos como se de um "local virtual" se tratasse (na minha cabeça? no meu coração?), onde tudo tem o seu lugar específico. Um sonho (pacífico ou tempestuoso) nasce. Tal como no dia-a-dia, a tríade, História, Experiência e Memória, envolve sempre uma questão de limites (a sua aceitação ou negação): O que percecionamos como sendo “realidade” ou “sonho”? Como apreendemos se algo é “facto” ou “ficção”? Onde termina o “sentido” e começa o "inteligível"? Como definir a fronteira entre "emoção" e "lógica"? E por fim, onde fica a Europa no meio disto tudo? Somos ou não "Europeus?" Deveríamos falar em pertença ou fragmentação? Estamos "abrigados" ou somos "sem abrigo"? Neste início de século todas estas questões são absolutamente cruciais, despertando a criatividade artística, particularmente nos países periféricos da Europa, caso do Chipre.




Em 2009, a obra "Presence in absence" de Kyriaki recebeu o primeiro galardão nos prémios internacionais PAD em Itália, na competição "O Mediterrâneo entre o presente e o futuro". Membro da Câmara de Belas-Artes Cipriota e da Associação de Designers de Moda Cipriota, tem participado em várias exposições coletivas e feiras internacionais. Em 2006 representou o Chipre na Bienal do Cairo com o trabalho "Sweet Land", tendo a delegação Cipriota recebido o prémio de melhor pavilhão do evento.


Kyriaki Costa - Sítio Oficial


\\


/ A minha história europeia


…continuo a gostar de viver em Nicósia, a capital da ilha, a maior cidade do país, no entanto a única capital dividida do mundo.


Nasci no Chipre, e os meus pais são cipriotas. Com 18 anos de idade deixei a ilha e passei seis anos a estudar arte na Grécia e no Reino Unido, antes de regressar ao Chipre para aí trabalhar e viver.


O meu país não teve uma história fortuita. No entanto, continuo a gostar de viver em Nicósia, a capital da ilha, a maior cidade do país, no entanto a única capital dividida do mundo. Sou uma artista visual que trabalha como freelance, lidando com temas sociais, políticos e culturais, bem como com a vida dos indivíduos. O meu trabalho é muitas vezes uma crítica das situações que emergem destes contextos. Além disso, reflete inevitavelmente o facto de viver num país com um problema político complexo e permanente.


Acredito, no entanto, que em determinadas situações é importante distanciarmo-nos do nosso contexto específico, no meu caso um país pequeno e relativamente recente. Assim podemos interagir, partilhar ideias, opiniões, preocupações pessoais e angustias com um fórum artístico mais alargado. Com a adesão do Chipre à União Europeia subitamente tudo se tornou possível. As fronteiras físicas foram apartadas e novos canais de comunicação com artistas e as suas comunidades em todo o continente foram abertos. Devido a esses contatos, e às minhas viagens a outros países Europeus, tenho um sentido de identidade mais rico, pois sou uma cidadã de uma ampla comunidade.