Estória de T

 

Área de Atividade - Apresentação

// Video

 

«Um processo chegou às minhas mãos. Já chegou deslocalizado de sua função burocrática, como um objeto cujo valor deixou de ser a possível boa ou justa ‘resolução’ de mais um caso complicado para assumir uma função que podemos chamar de filosófica – a de questionar os limites entre realidade e ficção.
Temos em suma factos e documentos, o que podemos assumir como verdades não fossem todos produzidos por indivíduos a partir de seus pontos de vista subjetivos – um diário, uma carta, uma avaliação psicológica. Temos uma identidade em formação, um conflito, ilusões, desejos, carências, esperanças, expectativas, angústias, medos. E são todos bem reais. Mas não temos verdade. A partir destes fragmentos não chegaremos nunca à re-compor a realidade. A ficção começa no próprio ato de deslocação do processo para um vídeo. Mas será que a ficção não é também uma forma de realidade? Afinal temos vozes e temos silêncio. Temos as entrelinhas, os interstícios, enfim, temos um enorme vazio e provavelmente nele continuaremos.»


. Ynaiê Dawson

 

Data de Apresentação - 9 a 12 de Novembro 2010

Local - Transforma, Praça do Município 8, Torres Vedras

 

/

 

Autoria de - YNAIÊ DAWSON (br) / MIGUEL ANGELO VEIGA (pt)

 

/

 

THE SCREENING CABINET é um projeto que se pretende itinerante e que consiste, essencialmente, na projeção de uma série de oito vídeos (cada um deles realizado por um autor diferente), a decorrer durante oito semanas, contínuas desde a sua primeira exibição e num determinado espaço de acolhimento. Este projeto foi pensado com o foco dirigido às diferenças de conteúdo na realização entre as obras de autores que vêm de Artes Plásticas e autores que vêm do Cinema Documental e de Ficção. Um dos principais objetivos desta apresentação é experimentar o modo como esta disciplina se afasta, ou não, do domínio do Cinema e/ou do lado contemplativo atribuído a uma ação repetida ad aeternum, ou de uma imagem estática como acontece na Pintura ou no Desenho. Para isso, e procurando contrariar o comportamento mais comum do observador quando assiste a um objeto vídeo com estas características, num espaço galerístico ou museológico, o público desta mostra é convidado a assistir ao vídeo como se de um objeto cinematográfico se tratasse.