"The Lord’s Ride"
Este filme retrata a vida de uma família Roma, apresentando desse modo um símbolo vivo de uma metamorfose identitária constante. Jean-Charles Hue procura as suas origens. Ele passou algum tempo com os Dorkel, uma família Cigana/Yeniche que vive de forma marginal no norte de França e filmou a sua vida diária. Esta obra de Hue relata a procura das origens num mundo marginalizado que escolhe o distanciamento em favor da integração. O filme descreve também os eventos que pontuam esta vida nómada passada em caravanas: roubos, uma conversa bizarra, ou a busca da redenção. Para o espetador esta realidade não convencional parece ser ficional, já que os eventos mostrados são anormais quando comparados a uma vida modelar. A câmara regista tudo, até mesmo a explosão de uma bala a uns escassos centímetros do artista numa noite de diversão inebriada.
Jean-Charles Hue é um artista e videasta especializado em cinema documental. Vive e trabalha em Paris. O seu avô era Yenniche, estabelecendo-se um laço sanguíneo entre o autor do filme e as pessoas retratadas no mesmo. Hue é também autor de vários documentários. Em 2009, participou no festival "Bandits-Mages de Bourges" e na exposição "Hors Pistes" no Centro Pompidou em Paris. Recebeu em 2006 o prémio de melhor trabalho em vídeo na feira LOOP em Barcelona. Em 2009 realizou o filme "Tijuana Carne Viva", obra em que explorou, em conjunto com os habitantes de Tijuana, a vida nas zonas marginais dessa cidade fronteiriça entre o México e os EUA.